21 de abr. de 2010

Uso de marcadores moleculares em genética de populações de fitopatógenos

*Olivera, S.A.S


Desde a pré-história os seres humanos teem modificado o ambiente e espécies vegetais, interferindo assim nos processos evolutivos que envolvem esses organismos. Plantas dentro de agroecossistemas ou mesmo em sistemas naturais, estão expostas a diversas espécies de patógenos, agrupados em populações, com diferentes graus de diversidade genética. As mudanças nos ecossistemas agrícolas estão relacionadas com a introdução de variedades resistentes, aplicação de fungicidas, fertilizantes, irrigação e rotação de culturas. Em fitopatologia o objetivo final deve ser determinar quais fatores influenciam em maior número à evolução do patógeno, e como estas forças evolutivas interagem para determinar a composição genética e o potencial evolutivo das populações de patógenos, justificando assim, o estudo de genética de populações. A mensuração destes processos é possibilitada através dos marcadores moleculares, que exploram locos polimórficos e a freqüência dos alelos no genoma do patógeno. O principio dos marcadores moleculares é a eletroforese, podendo estar relacionado com marcadores bioquímicos como as isoenzimas (diferentes formas de uma mesma enzima e de mesma função), restrição e hibridização de seqüências de DNA como o RFLP (utilização de enzimas de restrição, separação por eletroforese, Southern blot e hibridização de DNA com sonda radioativa), e minissatélites que exploram os locos VNTR, além de métodos baseados em PCR, como o RAPD (utilização de primers de seqüência arbitrária), microssatelites (seqüências de 1-6 nucleotídeos repetidos em tandem), AFLP (utiliza-se enzimas de restrição associadas à ligaçõs de adaptadores e amplificação), e SCAR (primers de seqüência especifica). O conhecimento das determinantes evolutivas (mutação, sistema de reprodução, fluxo gênico, seleção e deriva genética), em associação a estudos epidemiológicos leva a um maior entendimento dos processos populacionais que podem contribuir para um melhor manejo das doenças


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