18 de dez. de 2010

Programa de pós graduação em fitopatologia da UnB sobe de nota na avaliação da CAPES.

Três programas subiram de nota e um foi descredenciado após reavaliação da Capes

Os cursos de Biologia Molecular, Fitopatologia e Botânica tiveram suas notas elevadas depois de recorrerem contra os resultados da última avaliação da agência de fomento

Três programas de pós-graduação da Universidade de Brasília subiram de nota após reavaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), divulgada no início da tarde desta sexta-feira. O curso de Biologia Molecular passou de 5 para 6, o de Fitopatologia de 4 para 5 e de Botânica de 3 para 4. A nota máxima é 7. Os programas tiveram suas notas revistas depois de recorrerem contra os resultados da última avaliação trienal da agência de fomento, divulgada em setembro.
Já o curso de Ciências Agrárias, avaliado com nota 2, perdeu o credenciamento para funcionar. Segundo o professor Carlos Alberto da Silva Oliveira, o programa de mestrado de Ciências Agrárias parou de funcionar em 2008, no meio da avaliação trienal, para dar lugar a uma nova pós-graduação, em Agronomia, que inclui mestrado e doutorado. Entretanto, como alguns alunos ainda não haviam concluído o mestrado, o curso foi mantido até a formatura da última turma, no último semestre. “O descredenciamento já era esperado”, disse Carlos Alberto. O novo programa de Agronomia obteve nota 4 na avaliação.
Dois dos três programas que melhoraram na avaliação recuperaram a nota obtida em 2007. “É uma vitória, porque no pedido de reconsideração nenhuma informação nova pode ser acrescentada”, comemorou Sônia Báo, diretora do Instituto de Ciências Biológicas, do qual fazem parte os três programas reavaliados. “É preciso demonstrar, com argumentos consistentes, que houve equívoco”.
O principal argumento do programa de Biologia Molecular foi o de que os avaliadores da agência de fomento não poderiam ter considerado a produção de dois professores afastados do programa durante o triênio avaliado. Um deles, o professor Carlos Roberto Félix, se aposentou por motivo de doença. Já a professora Cláudia Renata Fernandes Martins morreu. “Ao considerar dois professores que não deixaram o programa no primeiro ano do triênio avaliado, a produção ficou prejudicada”, afirma o coordenador do curso, professor Bergmann Morais Ribeiro.
O coordenador explica que nos cursos com nota 6, todos os professores têm de orientar e publicar com alunos. “Quanto maior a nota que o curso já tem, mais rigorosos os critérios de avaliação”, afirma. Os avaliadores da Capes concordaram com a defesa. “A verificação de cada item da avaliação mostra que os argumentos do recurso estão adequados e que o seu desempenho é comparável com outros programas de pós graduação desta área do conhecimento que receberam nota 6”, afirma o documento assinado pela comissão de nove professores que reavaliou o programa.
Já a pós-graduação em Botânica foi penalizada pela baixa produção de alunos do doutorado. O programa argumentou que o doutorado foi implementado em 2007, primeiro ano do triênio avaliado, e, portanto, o período de avaliação não seria suficiente para que os alunos que ingressaram no programa concluíssem o doutorado. Além de concordarem com a defesa, os avaliadores relataram também que a Botânica “apresenta perfil compatível com os demais programas que receberam nova 4 na avaliação”.
COMPARAÇÃO – O programa de Fitopatologia foi o único que obteve nota maior com base apenas em comparações com outros programas dessa área do conhecimento. E a comissão de avaliação reconheceu “a ocorrência de diversos equívocos na avaliação trienal”, segundo aponta o documento assinado pelos avaliadores.
De acordo com o relatório, “o corpo docente é adequado para o funcionamento do programa, tem grande diversidade de formação e produtividade científica”, ao contrário do que tinham pontuado na análise anterior. Os avaliadores citam, inclusive, que 69% dos professores são bolsistas de Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Afirmam também que a produção de alunos do programa é significativa e está dentro da média obtida por outros programas da área em todo o país.
A Capes reavaliou ainda a produção intelectual do curso afirmando que a média de artigos produzidos por ano e o número de publicações em revistas científicas está dentro dos padrões exigidos. Outro quesito apontado na avaliação anterior, o de que alguns professores produziram muito enquanto outros tiveram pouco rendimento, também foi revisto. “A produção bibliográfica é equilibrada entre os docentes”, diz o documento. Procurado pela UnB Agência, por meio da assessoria de comunicação da Capes, para comentar os resultados, o diretor de avaliação da agência de fomento, Lívio Amaral, não concedeu entrevista.
METAS – Para Denise Bomtempo, decana de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP), o resultado é um resgate da excelência dos programas da UnB. “A reconsideração da nota expressa não só a qualidade da produção dos programas reavaliados, mas que a pesquisa da UnB é de grande envergadura”, comenta.
A decana e também a diretora do Instituto de Ciências Biológicas apontam, no entanto, que o resultado não deve ofuscar as metas estabelecidas pelos programas para melhorar o desempenho na próxima avaliação trienal. “Ao mesmo tempo em que temos programas de excelência, temos também aqueles que ainda precisam se consolidar e melhorar”, afirma Sônia Báo. “Isso tem de estar claro permanentemente”, completa.
Redefinir linhas de pesquisa e áreas de concentração, endurecer os critérios de credenciamento de orientadores permanentes nos programas, manter sites atualizados e aumentar o número de publicações em parceria com alunos são algumas das metas estabelecidas para melhorar o desempenho dos programas das Ciências Biológicas. Os objetivos foram estabelecidos na semana passada durante o I Seminário de Avaliação da Pós-Graduação, organizado pelo DPP, que durou uma semana e reuniu integrantes dos 67 programas de pós-graduação da UnB.

Um comentário: