FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A estabilidade do emprego e a
remuneração para fazer pesquisa não têm sido suficientes para seduzir
professores para as universidades federais em São Paulo.
Falta de doutores causa
concursos sem aprovados, diz MEC
Universidades estaduais pagam mais que federais
Universidades estaduais pagam mais que federais
Levantamento feito pela Folha com
base nos concursos para docentes em 2011 e neste ano mostra que 1 em cada 4
processos foram finalizados sem nenhum aprovado.
Esses 59 concursos terminaram
"vazios" por duas razões: ou não houve inscritos ou os candidatos não
atingiram o patamar exigido em quesitos como prova escrita, análise de
currículo e simulação de aula.
Faltaram aprovados para seleções de
diversas áreas, como psicologia, engenharia, saúde, ensino e economia.
Como comparação, a reportagem
contabilizou na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) 1% de concursos
"vazios" no período.
Os docentes da rede federal afirmam que
a falta de atratividade é reflexo dos baixos salários e de uma carreira ruim.
A categoria está em greve nacional há
um mês e meio, com adesão de 95% das escolas, segundo a organização. O governo
não tem balanço.
O salário inicial para um professor com
doutorado, em dedicação exclusiva, é de R$ 7.627 na rede federal.
Na USP, Unesp e Unicamp (todas
estaduais), um docente em posto similar ganha R$ 1.100 a mais, além de ter
dispositivos que aceleram os aumentos (como quinquênios).
Reitores das federais reconhecem que as
condições a seus professores não são as ideais, mas dizem que os cursos ficam
"vazios" devido à escassez de doutores no país.
O Ministério da Educação faz avaliação semelhante.
O Ministério da Educação faz avaliação semelhante.
A rede federal precisa contratar porque
está em forte expansão no Estado. As matrículas praticamente dobraram entre
2007 e 2010.
Editoria de arte/Folhapress